Será Que Estamos Sendo Vigiados?
Pr Adélcio Ferreira - IBPMG
21 Setembro, 2024
Em 1859, quando Charies Darwin publicou seu livro “A origem das espécies”, a teoria da evolução iniciou uma jornada que a levaria ao status de única explicação sobre as nossas origens, Na mesma época, fraudes e equívocos acompanharam essa teoria e vozes criacionistas se levantaram em favor da criação. Semelhantemente, em 1935, Erich Von Dãniken lançou um livro que suscitaria ilusões sobre a origem e o desenvolvimento da humanidade.
Trata-se do Erinnerungen an Die Zukunft (Recordações do futuro), ou, conforme título em português, “Eram os deuses astronautas?”, que trouxe aplausos dos céticos e revolta ao meio evangélico.
Estariam os seres humanos sozinhos no universo? Existiriam outros seres com uma tecnologia avançada manipulando a história humana? Seriam os Escritos Sagrados normas morais desenvolvidas pelos alienígenas?1 As visões dos profetas e seu cumprimento foram interferências de extraterrestres? Depoimentos de raptos, visitações, contatos imediatos de primeiro2, segundo e terceiro graus, entre outras coisas. Será que tudo isso merece crédito?
Berço da civilização: “babá extraterrestre”?
Daniken sugeriu que o desenvolvimento da humanidade ocorreu devido às constantes visitações de astronautas (extraterrestres) ao nosso planeta. Desde as primeiras civilizações até ocasiões de delicados relacionamentos diplomáticos, esses extraterrestres visitavam a terra e cooperavam no desenvolvimento da civilização humana. E, segundo Dãniken, houve influência de elementos extraterretres em nosso aspecto genético. Outros ufólogos conjeturam que a humanidade seria uma experiência genética ou cobaia de outros mundos.
Tais visitações eram excitantes para os humanos que lhes imputavam, aos astronautas, a posição de deuses. Como observadores, como os seres humanos, que desconheciam qualquer tecnologia mais avançada, poderiam expressar as visitações desses astronautas? Os estrondos, os aspectos cintilantes e as roupas espaciais tinham um esplendor tão magnífico que forneciam aos homens as visões registradas nos livros sagrados (devemos entender que, segundo os ufólogos, todas as civilizações tiveram algum tipo de interferência extraterrestre que ocasionou tais escritos).
Como a visitação de aeronaves extraterrestres poderia ser relatada por observadores primitivos? A resposta a essa pergunta é respondida por alguns ufólogos da seguinte maneira: os registros dos profetas. O exemplo mais utilizado pela ufologia encontra-se no livro bíblico de Ezequiel. Mas, de acordo com a nossa fé, cremos que esse profeta foi detalhista no relato de sua visão, através da qual expressou única, exclusiva e minuciosamente a glória de Deus. Esse livro não contém nenhum indício de alguma visitação alienígena. Seriam as manifestações de Deus visitações extraterrestres? Claro que não!
Embora os mentores da ufologia procurem nas Escrituras evidências de manifestações extraterrestres, eles esbarram, porém, na consistência da mensagem bíblica, que é coerente desde Gênesis até o Apocalipse. Visto que a Bíblia abrange toda a história da humanidade, e foi escrita durante um período de cerca de 1500 anos por aproximadamente 40 autores inspirados, ela tem demonstrado singularidade e presciência em seu conteúdo. Não obstante, os ufólogos se esforçam em interpretar algumas passagens bíblicas como sendo relatos de tais visitações extraterrestres. Vejamos um exemplo de tais associações feitas no texto do livro de Ezequiel.
Visões celestiais Interpretadas como visitares extraterrestres
Lançando mão da visão de Ezequiel, o autor do livro “Eram os deuses astronautas?”, procurando simular uma visitação dos extraterrestres, tece o seguinte comentário: “Quem falou com Ezequiel? Que espécie de seres eram? ‘Deuses’, segundo a concepção tradicional, certamente não eram, pois esses provavelmente não necessitavam de um veículo para ir de um local a outro. A nós, essa espécie de movimentação nos parece incomparável com a concepção de um Deus Todo-Poderoso”. Sobre o motivo da visita dos astronautas, afirma: “Os ‘deuses’ falaram com Ezequiel e instaram para que doravante restaurasse a lei e a ordem na terra”.3
Apologia ao livro de Ezequliel
As Escrituras têm um padrão moral e espiritual que objetiva restaurar o homem a um relacionamento aprovado diante de Deus. E que isso só é possível através de Jesus Cristo. Deus, por meio de sua Palavra, não demonstra nenhum interesse político ou diplomático dissociado da moralidade e dos pactos instituídos com o seu povo. Quando esses elementos políticos aparecem, são apenas conseqüências da desobediência por parte da nação de Israel, ou do desrespeito das nações para com Israel.
Por outro lado, alguns ufólogos dizem que determinadas decisões governamentais são fruto das interferências alienígenas. Isto é, os extraterrestres visitavam a terra periodicamente e comunicavam alguma orientação aos povos. Isso, afirmam, foi feito aos diversos povos espalhados pelo mundo. Em outras palavras, veríamos traços alienígenas em todas as civilizações. Semelhantemente, afirmam que as intervenções divinas na nação de Israel seriam intervenções alienígenas, e não do próprio Deus vivo.
Essa idéia é ventilada na afirmação de Daniken4. Ele diz que os extraterrestres estariam orientando os procedimentos mundiais. Não é isso que encontramos no livro de Ezequiel. Se realmente os alienígenas desejassem uma intervenção internacional deveriam ter-se apresentado a Nabucodonosor, rei de Babilônia, e não a um profeta humilde de um povo cativo.
Qual foi a amplitude da visão?
Uma visita dos astronautas? Em Ezequiel 1, lemos que o profeta estava no meio dos cativos e teve visões: “abriram-se os céus, e eu tive visões de Deus”. O povo que estava com Ezequiel não teve as mesmas visões, logo não houve qualquer visitação de astronautas! “Os céus foram abertos”. Então, a partir desse momento, Ezequiel passou primeiramente a ouvir a Palavra de Deus. Depois, ele continuou vendo a manifestação da glória de Deus. Os detalhes das visões de Ezequiel demonstram a realidade da presença de Deus. O povo cativo de Israel estava atribulado, mas foi revigorado pelas visões de Ezequiel, embora não tivesse vendo aquilo que o profeta contemplava.
Em Ezequiel 8, encontramos outro relato das visões do profeta. Nessa ocasião, ele estava em casa, junto aos anciãos de Israel, mas somente ele foi transladado e teve a visão, “em espírito”, das coisas ocultas em Jerusalém. O que aconteceu aqui? Uma visitação de extraterrestres ou uma visão divina? Obviamente, uma visão divina, pois os demais companheiros do profeta não participaram dessa visão, apenas ouviram seu relato. Isso contraria profundamente a afirmação dos ufólogos, que dizem que as visitas dos extraterrestres causavam transformações nas culturas primitivas.
Outro fator essencial do livro de Ezequiel é a sua mensagem profética. Seriam, porém, essas profecias provenientes dos extraterrestres? Se a sua origem fosse dessa natureza, elas dependeriam dos mesmos agentes para seu cumprimento. As Escrituras, no entanto, nos ensinam que a base do cumprimento das profecias bíblicas é a atuação de Deus: “Ainda veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o SENHOR: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir” (Jr 1.11,12).
Exemplos das profecias de Ezequiel
No capítulo 26 está registrado que a Palavra do Senhor veio a Ezequiel. Encontramos, nesse texto, cerca de sete previsões bem específicas: 1. Nabucodonosor destruirá a cidade de Tiro, localizada no continente (26.8). 2. Muitas nações lutarão contra Tiro (26.3). 3. Será feita como uma penha descalvada; ficará plana como o topo de uma penha (26.4). 4. Pescadores espalharão suas redes no local (26.5). 5. Lançarão o entulho na água (26.12). 6. Jamais será construída (26.14). 7. Jamais voltará a ser encontrada (26.2 1). O que aconteceu com Tiro foi diferente da sentença lançada às cidades de Sodoma e Gomorra, cuja destruição foi repentina. O cumprimento da profecia de Ezequiel para Tiro arrastou-se por centenas de anos, até chegar ao nosso século. Seu cumprimento está inteiramente ligado à onipotência e à onisciência de Deus.
Vejamos seu cumprimento: três anos após a profecia, Nabucodonosor sitiou a cidade de Tiro. Lemos, na Enciclopédia Britânica: “Depois de treze anos de cerco (585-570 aC.) por Nabucodonosor 11, capitulou e reconheceu a soberania babilônica. Em 538 aC. Tiro, com o restante da Fenícia, passou para a soberania da Pérsia aquemênida. A cidade continental foi destruída em 573 aC. (Predição 1). Em 333 aC. Alexandre 111, depois de derrotar Dario 111, marchou para o sul. Demoliu a velha Tiro, localizada no continente, e com o entulho construiu um molhe de 60 metros de largura, atravessando o estreito que separava a antiga e a nova cidade, edificando torres e engenhos de guerra na ponta do molhe” (Predição 5). “A marinha utilizada por Alexandre foi composta pela contribuição de várias cidades e regiões: Sidom,
Arado, Biblo (essas contribuíram com 80 navios à vela), 10 de Rodes, 3 de Solos e Malos, 10 de Lícia, um bem grande da Macedônia, e 120 de Chipre ” (Predição 2). “A parte maior do local onde outrora havia a grande cidade é hoje em dia um local plano como o alto de uma Penha” (Predição 3). “E um lugar próprio para os pescadores, que ainda hoje o utilizam para espalhar e secar suas redes” (predição 4). Até hoje não foi construída” (Predição 6). “Suas ruínas foram lançadas ao mar e seu nome não más é encontrado”. Plínio, o Velho, apresenta uma grande conclusão: “Tiro… outrora famosa, mas hoje toda a reputação de Tiro se limita ao nome de um molusco e de um corante de cor púrpura5 (Predição 7).
Quando tais profecias poderiam depender da interferência dos extraterrestre? Cumpriram-se em todos os seus detalhes até os nossos dias. Isso totaliza 26 séculos! Stoner comenta que: “Se Ezequiel tivesse em sua época olhado para Tiro e tivesse feito essas sete predições pela sabedoria humana, essas estimativas indicam que as chances de todas elas se concretizarem seria de apenas uma em 75 milhões. Todas se concretizaram nos mínimos detalhes”.6
Grandes civilizações, inclusive os ufólogos, que disseram deter as visitações extraterrestres desapareceram. Os Maias, os Incas e os Astecas foram povos que floresceram e desvaneceram. Onde estavam os seus mentores quando a adversidade chegou? Por outro lado, todas as profecias bíblicas se cumpriram plenamente.
Fatores essenciais no ‘fenômeno’ dos DVNls
O primeiro registro moderno de um ‘fenômeno’ dos OVNls ocorreu em Washington, EUA, em 1947 7. Desde que um homem de negócios contou ter visto algo semelhante a um “pires” voando, centenas de milhares de pessoas em todo o mundo anunciaram suas próprias visões de objetos voadores não identificados. A palavra “ufologia” vem da sigla UFO (Unidentified Flying Objects), que corresponde a OVNI (“Objeto voador não identificado”). A ufologia é a área que estuda a possível existência de seres em outros planetas e galáxias.
A canalização é um fator essencial para os supostos contatos com extraterrestres. Relatos de abduções8 são acompanhados com detalhes parapsicológicos. Muitas vezes os testemunhos são possíveis somente através da hipnose. Outro fator que acompanha os testemunhos dessas pessoas que dizem ter sido abduzidas são os contatos sexuais com extraterrestres. Nesses “encontros” com os humanos a intenção dos extraterrestres é transmitir-lhes uma mensagem.
A mensagem ufológica, no entanto, coincide com os ensinamentos esotéricos. Enquanto o esoterismo ‘deu vida’ aos elementos da natureza (duendes e demais frutos da fantasia), enchendo-lhes de ensinamentos filosóficos e místicos, a ufologia tem atribuído semelhantes conhecimentos aos imaginários mestres cósmicos.
Divergências no inundo da ufologia
Longe de lançarem mão de fatos em seus argumentos sobre a existência e a interação dos extraterrestres, as conclusões dos ufólogos advêm das observações de alguns eventos interpretados como evidência alienígena. Todavia, encontramos divergências no meio ufológico.
A ufologia tem divisões internas que expõem a fragilidade do movimento. São dois os principais ramos da ufologia: o científica e o místico. “A ufologia dita científica não poupa ataques ao exagerado esoterismo, à confusão de idéias e à duvidosa religiosidade que permeia sua rival, por isso mesmo denominada mística”, explica A. J. Gevaerd, editor da revista Ufo. “Assim, o correto é que se divida a ufologia, doravante, não mais em mística ou científica, mas, sim, em ‘séria’ e ‘não séria’.
Onde se fixará este limite, no entanto, dependerá da sensibilidade, da maturidade e da experiência de cada ufólogo. Que tenhamos capacidade para aproveitar o que houver de sério e útil em cada uma dessas correntes. E que não nos falte sabedoria para discernir e descartar aquilo que não nos servir”, conclui o A. J. Gevaerd.
A ufologia científica depende exclusivamente de fatos, contudo, na prática, utiliza evidências circunstanciais: fotos, filmes, impressões no corpo, na terra, em plantações. Evidências que são, em primeira mão, inusitadas, mas desbaratadas com o tempo e o esclarecimento.
Essa é a posição do respeitado cientista Carl Sagan que, embora cresse em vida extraterrestre, e procurasse investir em sua busca, através de comunicação por sofisticados aparelhos, a ponto de criar um centro de escuta intergaláctico, admitiu que nunca conseguiu sequer um contato bem-sucedido. Carl Sagan fundou a Planetary Society, uma renomada instituição na vanguarda do rastreamento de sinais de vida fora do nosso planeta. O projeto Search for Extraterresrial Intelligence (SETI),
Ou “Busca por inteligência extraterrestre”, não alcançou êxito. Em Socorro, Novo México, encontra-se o Very Large Array (VL4), um aglomerado de vinte e sete radiotelescópios conectados eletronicamente, como se fossem um único telescópio do mesmo tamanho até nos menores elementos, ou um radiotelescópio de dezenas de quilômetros de extensão9. Toda essa estrutura científica não conseguiu localizar outras civilizações alienígenas, quer inferiores quer superiores, ou mesmo algum planeta que tenha semelhanças com o planeta terra.
O ‘outro evangelho, o das estrelas
Além dos fantásticos relatos das visões ufológicas, encontramos também o surgimento de seitas apocalípticas envolvidas com manifestações de OVNls. Um exemplo exótico é a “Fundação Uranius”, sediada nas proximidades de San Diego, Califórnia, e administrada pela autodenominada “visionária cósmica” Ruth Norman, também conhecida pelo nome de Uriel.
Ela afirma ter recebido transmissões de seres “supercelestiais” e visitado nada menos que 60 planetas. “Através de meus ensinamentos, os humanos poderão atingir um plano espiritual mais elevado, de preferência a tempo de saudar as 33 naves estelares da Confederação Interplanetária que irão aterrissar em San Diego em 2001”, diz Norman.
Outro exemplo do misticismo no movimento ufológico ocorreu em Londres, Inglaterra. A sociedade Aetherius, caracterizada por cultos a contatos extraterrestres. Segundo George King, fundador do movimento em 1956, entre os extraterrestres encontram-se Jesus e diversos santos que moram em Vênus. King afirma que, como interessado pelo misticismo oriental, certo dia, em estado de transe, recebeu mensagens de seres extraterrestres. Eles afirmavam que Jesus estava vivo e morava em Vênus.
Edenilton Lampião, quando editor da revista “Planeta”, escreveu um artigo publicado em 10 de setembro de 1984 no jornal “Folha da Tarde”, alertando os leitores quanto à sofisticação dos métodos e da linguagem das seitas no Brasil. Lampião classificou as seitas em três tipos: as profundamente místicas (de inspiração cristã, na qual Jesus surge como comandante de frotas de naves-mãe em trânsito pelas galáxias), aquelas que falam em nome de uma nova “consciência cósmica” (um líder serve de mediador com os Ets, com os quais, claro, só ele e mais uns poucos privilegiados têm acesso) e as mais traiçoeiras de todas, a corrente de seitas esotérico-científicas, que se adaptam ao gosto do linguajar moderno dos meios de comunicação.
Esperava-se que suas mensagens refletissem cultura altamente desenvolvida, principalmente na área científica. Contudo, não é isso que propagam. Antes, refletem idéias ocultistas, principalmente quando tentam atingir as Escrituras como sendo espúrias.
A seguir, algumas afirmações descabidas dos diversos livros, revistas e jornais que propagam a ufologia:
• Acusam a Bíblia de falsidade, no entanto, usam diversas passagens bíblicas para indicar a existência dos OVNls. Afirmam que algumas mensagens supostamente alienígenas interpretam, de forma particular, as Escrituras.
• Afirmam que os “mentores galáticos” aguardam algum tipo de adoração por parte dos habitantes da terra.
• Atribuem ao homem certa capacidade divina que deve ser desenvolvida através de exercícios, meditações, amuletos e marcas. E que o homem deve aguardar o advento de centenas de naves alienígenas que conduzirão a humanidade a uma nova era.
• Aguardam uma nova era, quando o ser humano ultrapassará as fronteiras do conhecimento. Falam da constituição de um código civil mundial que trará paz ao planeta, e que o autoconhecimento libertará o homem, ou, então, o divinizará.
• Afirmam que Deus, o homem e os animais fazem parte da mesma essência divina e material; portanto, é necessário um respeito místico ecológico entre eles.
• São unânimes em afirmar que entidades alienígenas e/ou espirituais estão agora presentes para ajudar a humanidade a ajustar-se à nova era de avanço espiritual.
Extraterrestres e anjos parecem confundir-se no imaginário popular. Esses seres são excitantes para a mente popular devido às seguintes características:
1 – Vêm de um outro mundo (planeta ou céu).
2 Têm formas avançadas de vida, cujo propósito é ultrapassar as fronteiras tecnológicas e/ou espirituais.
3 Geralmente, suas qualidades são expressas em beleza física.
4 Têm excelente comunicação com os humanos.
5 Possuem habilidade para voar.
6 Suas aparições são acompanhadas de luz brilhante e cintilante.
7 O branco, o azul e o cinza são as cores mais populares.
8 Profetizam mudanças no meio ambiente e a inauguração de uma nova era.
9 Incentivam a divinização do homem; ou seja, a busca do ‘eu’ interior.
10 Negam ou omitem o pecado, a real condição do homem, portanto não têm nenhum plano de salvação que inclua o arrependimento, a fé e a santificação.
Tanto aqueles que dizem ter falado com ‘anjos’ quanto os que afirmam ter-se comunicado com Ets possuem todas as características supracitadas. Os conceitos de pecado e a condição geral da humanidade parecem muito com as atuais filosofias materialistas e liberais.
As chances de se ver um OVNI aumentaram
Com a difusão do sistema de telefonia, que usa satélites de última geração, as chances de se ver um OVNI aumentaram de forma surpreendente. Há mais ou menos dois anos, foram lançados em órbita 72 satélites desses. São nada menos do que cerca de 640 kg girando em torno da terra a 780km de altitude. Esses satélites compõem a primeira rede global de telefonia celular e paging. Por emitirem um brilho rápido e forte, têm sido confundidos com OVNls, proporcionando, dessa forma, expressivo aumento das incidências de relatos de pessoas que viram tais objetos voadores não identificados.
A revista Ufo relata: “Proporcionalmente ao seu tamanho, o brilho do satélite Iridium é mais forte que o da Lua: um aparelho da rede pode ter seu brilho na magnitude 9, considerado alto pelos ufólogos… Os satélites podem ser avistados com certa facilidade após o crepúsculo, ou antes do alvorecer, em qualquer ponto do azimute. Têm elevação variada, podendo chegar ao zênite 90′ perpendicular ao solo, acima de nossas cabeças. A oeste, os satélites são vistos no início da noite e, a leste, pouco antes do amanhecer – mas a maioria dos avistamentos é ao norte ou ao sul, no início e fim da noite”.10
Muitos sinais luminosos são apenas reflexos dos mais diversos satélites utilizados pela telefonia. Mesmo a atmosfera pode refletir luz, dando a impressão para muitos de que essa luz seja algum OVNI. Portanto, se dividirmos os testemunhos de pessoas que avistaram OVNls encontraremos o seguinte: fraude fotográfica e testemunhal, reflexos na atmosfera, reflexos dos satélites e visões paranormais.
Identificando os OVNls: a fronteira
O imaginário popular adquiriu um espaço sem fronteiras em grande parte devido às viagens espaciais, à ficção científica e à indústria cinematográfica. Além disso, onerosos projetos científicos estão sendo utilizados para encontrar vida e inteligência no espaço sideral, o que tem dificultado às pessoas, mais precisamente os jovens, identificarem onde termina a ciência e onde começa a ficção. A suposta existência dos seres extraterrestres e a possibilidade de alguém se comunicar com eles e ser influenciado invadiram sutilmente a mente das pessoas.
As Escrituras afirmam que a “terra era sem forma e vazia”. A mesma condição é vista nos planetas vizinhos e naqueles que podem ser observados por diversos meios. Por outro lado, as Escrituras admitem existir vida fora da terra. Pelo relato do apóstolo Paulo, ele claramente nos dá a entender que existe vida fora da terra e que estamos em luta contra esses seres. Em Efésios 6.12, escreveu: “Porque não temos de lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais”.
As Escrituras também nos advertem quanto aos riscos que corremos quando nos envolvemos com essas entidades (seres) espirituais que vagueiam no espaço entre o céu e a terra: “Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados” (1 Co 12.2).
Embora as Escrituras admitam a existência de outros seres, além dos humanos, e até mesmo atribui-lhes poder sobre-humano, não encontramos, porém, em suas páginas, nenhuma afirmação de que existam seres em outros planetas. Elas apenas afirmam a existência de dois níveis de hábitat: o terrestre e o celestial.
Por outro lado, alguns processos cristãos liberais afirmam que existem outros mundos habitados e que estes, talvez, tenham sido também visitados por Jesus depois de sua morte e ressurreição na terra. Se no período em que Cristo visitou esses mundos tivesse morrido em favor de tais extraterrestres, esses também seriam alcançados por Ele e salvos. Quanto a esse assunto, encontramos alguns problemas no contexto bíblico que não podemos deixar de considerar. Primeiro, a morte de Cristo para o perdão de pecados é única: “assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação” (Hb 9:28).
A manifestação de Cristo é clara. Primeiro Ele veio para tirar o pecado e virá segunda vez para aqueles que o aguardam. A intervenção de Deus na criação diversas vezes em mundos diferentes através de Cristo está fora do contexto bíblico. O livro de Apocalipse relata a exaltação de Cristo diante de todo o universo, e não sistematicamente nos quadrantes do universo (Ap 12.12; 18.20). Se de fato existissem outros mundos, eles estariam sujeitos ao juízo que está ocorrendo no céu (devido à rebelião de Satanás) e ao juízo que está por vir sobre a terra (por causa da condição caída da humanidade).
Será que Deus não poderia criar outros mundos no vasto universo? Sim. Mas temos de concordar que houve um princípio, um início criativo. E, pelas Escrituras, a seqüência da criação é bem conhecida: “No princípio criou Deus os céus e a terra”. Nos céus Deus criou os anjos, em diversos níveis, e na terra, a natureza, os animais e, finalmente, o homem. A citação quanto à criação dos animais, dos répteis e das aves é bem clara. Se houvessem outros mundos, isso seria relevante e registrado pelas Escrituras.
Podemos encontrar apenas três naturezas em todo o universo: a divina, subsistente na Trindade; a celestial, que se aplica a todas as classes dos anjos; e a humana. Uma quarta natureza está sendo preparada: a incorruptível, que os santos (mortos e vivos) adquirirão somente na manifestação do Senhor Jesus (1 Co 15.51-53).
Temos apenas duas ferramentas de identificação dos OVNls: o equívoco daqueles que tiveram tais experiências e os frutos que produzem. Vamos primeiro aos equívocos, que podem ser enumerados da seguinte forma:
1 – confusão com o planeta Vênus, este é o mais brilhante de todos os planetas e dá a impressão de que está rodando rapidamente no seu eixo.
2 – balões meteorológicos.
3 – meteoros.
4 – aviões ou helicópteros.
5 – parélio, isto é, mancha brilhante que aparece em um dos lados do sol
6 – A dificuldade que as pessoas têm em relatar aquilo que realmente viram, o que contribui para uma interpretação errônea e carregada de imaginação.
7 – Paranormalidade e hipnose, cheias de elementos ocultistas.
Passemos, agora, à segunda ferramenta: os frutos. “Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?” (Mt 7.16). Que frutos estão produzindo tais ‘aparições’? Seus ensinos, conforme já comentamos, demonstram que toda a árvore, ou seja, qualquer assunto relacionado com OVNIS, está comprometida com o ocultismo, portanto condenados pelas Escrituras.
Outra característica comum das aparições dos supostos extraterrestres é a deformidade física apresentadas por esses seres: cabeças desproporcionais ao corpo, pele desbotada, olhos exagerados, que ocupam 30 % da cabeça; corpo minúsculo e falta de comunicação oral, o que enfatiza seus poderes telepáticos. Alias, é através da telepatia11 que os seres extraterrestres sempre se comunicam com os terrestres. Talvez seja esta a razão da necessidade que os alienígenas têm da hipnose para se fazer entender.
Enfim, as ‘criaturas’ que aparecem nas retratações daqueles que afirmam ter visto algum extraterrestre não passam pelo crivo das Escrituras, pois Deus sempre testificou que sua criação era boa. Definitivamente, os supostos seres extraterrestres não trazem a assinatura de DEUS (Gn 1.4,10,12,18,21,25,31)
“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas” (Lc 21.25).
Notas:
1 Alienígena – Alguém que é de um outro país. Essa palavra é popularmente aplicada a população extraterrestre.
2 Contatos imediatos: 1′ grau: refere-se ao contato através do som; 21 grau: contato através da visão; 31 grau: contato através do tato, pessoal.
3 Eram os deuses astronautas? – Melhoramentos – p. 50 -edição 1969.
4 Daniken, Erich von, 1935 – autor do livro Erinnerungen an die Zufunft – em português: Eram os deuses astronautas?
5 Veja pormenores sobre essa profecia no livro Evidência que exige um veredicto, Vol. 1. Autor: Josh McDowell. Editora: Candeia. São Paulo, pp. 340 – 343;
6 Stoner, Peter W. Science Speaks: An Evaluation of Certain Christian Evidences. Chicago: Moody Press, 1963.
7 Mistérios do Desconhecido – Contatos Alienígenas – Editores de Tiine-Life Livros – p. 7
8 Abduções: Rapto com violência, fraude ou sedução.
9 Cosmos. Carl Sagan. Editora: Livraria Francisco Alves Editora S.A. p. 261.
10 Revista Brasileira de Ufologia – Ufo – nº 66
11 Telepatia: Transmissão ou comunicação extra-sensorial de pensamentos e sensações, a distância, entre duas ou mais pessoas.
Autor: Por Márcio Souza – Extraído da Revista Defesa da Fé
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